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“TOC TOC”

Diretor: Alexandre Reinecke

Elenco: Carô Parra, Gustavo Vaz, Didio Perini, Ariel Moshe, Sandra Pêra, Andréa Mattar e Cynthia Falabella

Sinópse:

Toc Toc trata de maneira criativa e cômica um transtorno que atinge parte da população mundial denominado Toc. A peça gira em torno de um grupo de seis pacientes ansiosos para se consultarem com o Doutor Stein, um médico muito recomendado para o tratamento de TOC. Alguns imprevistos levam ao atraso excessivo do médico e esta demora faz com que os pacientes que estavam desconfortáveis com os seus transtornos no início, acabem formando um grupo de terapia de auto-análise, onde um tenta ajudar a resolver os distúrbios do outro.

Meu olhar:

A peça me agradou por vários motivos.  Eu gostei muito do jeito inteligente como ela aborda esses transtornos, conseguindo tratar de um problema que é sério e que afeta a população, de maneira engraçada, afinal não tem como não rir dos personagens fazendo seus rituais repetidamente. Uma das coisas que torna essa peça ainda mais cômica é o fato de que muitos dos que assistiram, se identificaram e se viram fazendo os mesmos rituais, inclusive eu.

O cenário era muito harmônico em relação ao enredo da peça, já que ele estava montado de forma que os personagens consigam demonstrar alguns de seus TOCs. Os detalhes das listas no chão fazem parte de um dos transtornos, já que um dos personagens não consegue pisar nelas. As revistas e livros na estante mostram o TOC de outro personagem que não consegue fazer nada sem ter que contar, não consegue nem folhear uma revista sem saber quantas folhas ela possui. O banheiro localizado no lado esquerdo do palco serve para mostrar a necessidade de lavar a mão várias vezes seguidas de uma das personagens.

A iluminação também estava bastante de acordo, pois iluminava o palco sem muitas mudanças, porém, para representar o passar do tempo durante algumas conversas ou jogos entre os pacientes, as luzes diminuíam e aumentavam, ora ficando muito escuro, ora voltando ao normal com o objetivo de mostrar realçar alguns instantes de longas horas.

Considerações finais:

De forma geral, a peça é muito interessante tanto pra quem sofre desses transtornos quanto pra quem conhece pessoas que os possui,  pois ela ajuda a entender, de forma inteligente e extrovertida, esse problema muito comum que afeta população. Indico à todos que se interessam por esse assunto e que gostam de peças que provocam boas risadas.

 

“Eu era tudo pra ela e ela me deixou”

com Marcelo Médici e Ricardo Rathsam

 

Sinopse:
Samuel é surpreendido pelo pedido de divórcio de sua mulher, Dóris, após dez anos e meio de casamento. Expulso de casa pede abrigo a sua mãe, mas é rechaçado por ela. Aquele a quem julgava seu melhor amigo também não o recebe. Desnorteado, vai parar num submundo que lhe é desconhecido, vivenciando uma longa jornada noite adentro, encontrando bandido, um bêbado, uma prostituta com tendências suicidas e outros seres que nunca fizeram parte de sua realidade.

 

Meu olhar:

Achei que a peça apesar de possuir uma estética visual bem “retro” abrange uma linguagem muito moderna tratando do universo das redes sociais, televisão, novelas, notícias sobre famosos e por aí vai.

O cenário me chamou muita atenção, pois é muito bem disposto no palco e possui riqueza nos detalhes e no acabamento visual. Achei muito legal a questão do cenário “poder” se transformar e se movimentar dando assim maior fluidez e acompanhando o movimento de encenação dos atores.

Mesmo tratando de um tema de certa forma muito “chato” para algumas pessoas que é o “sentido da vida” que percebemos que é discutido várias vezes ao longo da peça. Ela aborda esse tema de uma maneira bem lúdica e engraçada tirando assim o “peso” dessa chatice.

O figurino dos atores deixava transparecer muito essa questão do “retro” e do brega de certa forma como no terno de Samuel que é um dos personagens principais.Oque achei mais interessante nesse âmbito foi a velocidade e a variedade com que o ator principal, Marcelo Médici, troca de roupa e de figurino assumindo e caracterizando um personagem totalmente diferente do outro. É impressionante a diferença estabelecida entre todos os personagens feitos por ele, à mudança de personalidade e até mesmo de aparência.

A iluminação seria o único aspecto que não me agradou muito. O sistema de cores estava muito vibrante e colorido em momentos de suspense ou mesmo de tristeza. Mas acompanhou muito bem o “movimento” da peça ao seu decorrer.

Uma coisa que achei muito interessante na peça foi a reafirmação da falta de logística e decência de nosso sistema de presídios na cena de um dos personagens feitos por Marcelo de um bandido que está a solta e dorme no mesmo quarto que Samuel (o marido abandonado).

Gostei muito também das piadas e expressões que foram contadas na peça como: “galinha que é galinha, aprende a nadar para transar com o pato”. Ou mesmo, “Pato que come pedra sabe o c* que tem”.

 

 

Considerações finais:

A peça como um todo é muito divertida e engraçada, pois apesar da estética retro abrange temas muito modernos da maneira mais engraçada possível. O ator principal Marcelo Médici é impressionantemente bom, assumindo inúmeros papéis e reproduzindo personagens totalmente diferentes, porém um mais engraçado que o outro.Recomendo a todos que querem relaxar e se divertir no final de semana ou em qualquer dia. Muito Bom!

 

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